17.8.10
Unidades de conservação: encaramos o desafio da inovação real
Apesar do impressionante crescimento da área de unidades de conservação (UCs) no Brasil, da implementação e fortalecimento das agências de gestão nas esferas federal e estadual, e de esforços que procuram quantificar as necessidades de insumos para a consolidação do sistema, óbvios limites de gestão estão sendo ignorados. Apesar dos esforços de dedicados e competentes profissionais que trabalham com a melhoria da gestão das UCs, os modelos de gestão de UCs continuam atrasados, ineficientes e fragmentados. Apesar das críticas ao modelo atual de elaboração, os planos de manejo continuam caros e, em boa parte, pouco úteis, pois partem de levantamentos dispendiosos de informações que não podem ser aproveitadas nas condições de escassez de recursos das agências ambientais.
Assim, a execução das atividades e o gerenciamento das UCs continuam sem um planejamento estratégico e flexível para guiá-los. Apesar dos discursos de participação e de aprendizado gerencial (comumente descrito como ciclo PDCA), a lógica do ciclo raramente se completa nos instrumentos propostos.
Nos órgãos gestores e nas ONGs, há equipes diferentes (re)pensando os modelos de planejamento, gerenciamento, monitoramento e avaliação da efetividade. Tratados em isolamento, esses quatro componentes fundamentais do ciclo de gestão tendem a repetir os modelos já em uso. Na prática, as equipes não repensam os modelos, mas apenas os revisam, detalham, ajustam.
O potencial real de inovação não está na revisão e aprimoramento de modelos e ferramentas de planejamento, gerenciamento, monitoramento e avaliação da efetividade – isoladamente – mas sim na sua integração lógica e operacional, que levará a um rompimento radical com o dispendioso, ineficiente e ineficaz modelo atual.
Na Nave Terra, estamos trabalhando neste novo paradigma de gestão, que parte das funções socioeconômicas dos ecossistemas protegidos pelas unidades de conservação, e dos serviços ambientais prestados por elas, para orientar um sistema integrado de avaliação, planejamento, gerenciamento, e monitoramento. Neste novo modelo, integramos os planos de manejo com as ferramentas de avaliação da efetividade, os "planos operativos anuais", e os planos de negócios. Nosso sistema orienta a gestão e também o monitoramento da UC. Além disso, juntamos ferramentas participativas que permitem a participação das comunidades com sistemas informatizados. Tudo isso por uma fração do custo de um plano de manejo convencional.
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