Por Ronaldo Weigand Jr.
Imagine um ônibus em que você anda de graça, com ar condicionado, preparado para receber cadeirantes, com motoristas educados, que passa em horários previsíveis (você não tem que esperar a toa). Imagine ainda que é movido a hidrogênio ou gás natural, e com bagageiros para transportar bicicletas, sendo também ambientalmente sustentável.
Imagine esse ônibus circulando em intervalos regulares no "plano piloto" de Brasília, seguindo pelos "eixinhos", e pela W3 e L2. O mesmo modelo poderia ser levado ao Sudoeste e ao futuro Noroeste. E quem sabe até ao Lago Norte e Lago Sul. Brasília possibilita que ninguém viva a mais que 500 m de uma parada de ônibus. Um ônibus circulando no eixinho, com paradas regulares e obrigatórias a cada entrequadra, e paradas mais longas em pontos estratégicos, demoraria 30 minutos da ponta da Asa Norte à ponta da Asa Sul, ou 1 hora para fazer o circulo completo. Quatro ônibus passariam a cada 15 minutos. Em horários de pico, 6 ônibus fariam a espera diminuir para 10 minutos. Quase um metrô.
"Espere aí!", você diz, "tudo isso de graça? grátis?" É, de graça. "Por que de graça? O morador do plano piloto não é justamente aquele que pode pagar?" Sim, mas por que ele pagaria se tem um carro, mais confortável, prático e barato para se deslocar? O objetivo é tirar das ruas de Brasília cerca de 300 mil carros de pessoas que vivem no plano piloto e que não precisariam de carro, nem desejariam usá-lo, se houvesse uma alternativa que fosse confortável, inclusivo, ambientalmente sustentável, e de graça! Isso seria muito mais barato que construir estacionamentos no centro de Brasília, e a única forma de lidar com uma cidade tombada, que não pode ser expandida no centro por meio de viadutos ou novas faixas nas avenidas já largas.
Mas quem pagará para essa classe média andar de graça? Poderia ser o poder público, se houvesse visão para isso... Mas estou propondo um ônibus gratuito no melhor estilo internet: um Internetbus! O ônibus seria inteiramente sustentado pela publicidade e por créditos de carbono, da seguinte forma:
1) Publicidade no exterior do ônibus para anunciantes principais.Como neste ônibus, anunciando o jardim zoológico de Copenhagen.
2) Publicidade no interior, por meio de cartazes e em aparelhos de televisão passando uma programação especial.
3) Apoio especial de bares e casas noturnas, que nos horários de happy hour, e de balada, teriam circuitos especiais do ônibus.
3) Para circular de graça, cada passageiro precisaria ser cadastrado, via internet ou em pessoa nos estabelecimentos apoiadores do ônibus, onde suas informações seriam usadas para marketing. Com isso, teriam passes eletrônicos para circular no ônibus.
Fiz uns cálculos muito simples, mas os custos de circulação de um ônibus 18 horas por dia 7 dias por semana dariam uns 30 mil reais por mês, cerca de 80 centavos por passageiro. Não seria muito para patrocinadores interessados em um público qualificado e um marketing tão simpático...
Alguém sabe de iniciativa semelhante? Deixe aqui a sua idéia para o Internetbus...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Não perca nenhum post!
+ acessadas da semana
-
Chapada dos Veadeiros (Foto: R.Weigand Jr.) Dia 11 de setembro, além de ser o aniversário do ataque às torres gêmeas do World Trade Cen...
-
Você já entendeu o que é sustentabilidade (é melhorar o presente, mas preservando o futuro). Mas como uma micro ou pequena empresa pode cheg...
-
O Projeto do Príncipe para as Florestas Tropicais (the Prince's Rainforest Project) foi uma das organizações clientes da Nave Terra. O P...
-
Este filme, de 2006, conta a história de um caboclinho, que para salvar a floresta, usa as raízes de uma imensa samaúma, árvore típica da fl...
-
Em 1999, Ronaldo Weigand Jr., diretor da Nave Terra, foi convidado pelo presidente da Associação dos Pescadores de Itacaré para desenvolver ...
-
Feliz 2010 - Translações Duração 53 segundos Produção: Nave Terra
-
"Este trabalho tem por objetivo estimar a demanda de recursos para implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambienta...
-
Saiba por que o brasileiro já desmatou além da conta Área desmatada ao longo da BR-317, no Acre Vira e mexe alguém diz: “Por que esses...
Nenhum comentário:
Postar um comentário