Matéria publicada na Veja destaca o estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Christoph Nolte, Arun Agrawal e Paulo Barreto, que questiona a utilidade do Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Management (RAPPAM) para direcionar investimentos nas unidades de conservação. Segundo o estudo, não há correlação entre uma melhor pontuação no RAPPAM e os efeitos de conservação das UCs.
De acordo com a matéria de Veja:
De acordo com a matéria de Veja:
O único indicador do Rappam que foi fortemente relacionado à capacidade de evitar a devastação ambiental foi a ausência de conflitos pela posse da terra. Quando não havia disputas pelo território, o sucesso da região em evitar o desmatamento era maior. Para os autores, isso significa que os conflitos pela posse da terra podem ser um fator tão importante que acabe tirando o impacto dos demais.
O RAPPAM tem sido amplamente utilizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (gestor das UCs federais) e pelos órgãos gestores das UCs estaduais. Deve ser usado com mais cuidado daqui para frente.
Já era esperado. O RAPPAM comete o mesmo erro de outras ferramentas, como o Management Effectiveness Tracking Tool e a Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação do ARPA: partem de uma ideia preconcebida do que seria uma unidade de conservação (UC) modelo, e somam as pontuações de insumos, ações e resultados. Assim, quando se aplica mais dinheiro em uma UC mas esse dinheiro não melhora os resultados, essas ferramentas dizem que a UC é mais efetiva. Ao contrário do que deveriam, pois efetividade se aumenta melhorando os resultados que se obtêm pelo dinheiro investido.
Além disso, esses métodos são muito subjetivos, e as pontuações são obtidas por meio de questionários aplicados a um número reduzido de pessoas. Um fator considerado intenso na avaliação de um gestor pode ser considerado fraco na avaliação de outro, a despeito do fato de terem a mesma intensidade.
Há saída para esses problemas. A Nave Terra vem trabalhando num modelo diferente de avaliação, baseado em funções ecossistêmicas e serviços ambientais, que classifica claramente o que é resultado, ação e insumo, assim permitindo uma avaliação mais racional. O foco nas funções ecossistêmicas permite a avaliação do que importa na conservação, deixando os modelos preconcebidos de lado e focando em ações eficientes e eficazes.
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