Na Amazônia, o limiar de extinção é de 40% de áreas remanescentes de florestas para aves e mamíferos. Isto é, com menos de 40% de cobertura florestal, uma região começa a perder suas espécies de aves e mamíferos. Na Mata Atlântica, quando comparadas com áreas onde a floresta já foi reduzida a menos de 40%, observa-se que as espécies de mamíferos e aves começam a desaparecer de forma acelerada quando a mata ocupa menos de 10%.
No caso de grandes predadores, os requerimentos de área são impressionantes! A área necessária para abrigar populações de onças‐pintadas e onças pardas viáveis em longo prazo chega a 21.186 km2 e 31.250 km2, respectivamente (para uma população efetivamente reprodutiva de 500 adultos). Para você ter uma ideia do que isso significa, o município de São Paulo tem uma área de 1.522 km2. Então, as onças pardas precisam de uma área 20 vezes maior que a cidade de São Paulo!
Por essa e outras razões, conservar grandes áreas de ecossistemas naturais é essencial para a conservação das espécies.
Mas e onde isso não é possível? Onde paisagem já foi destruída e o ser humano já ocupou com fazendas e cidades? Neste caso, é preciso favorecer dois aspectos: conectividade e permeabilidade. O que é isso?
A conectividade é a ligação, por ecossistemas preservados, entre áreas conservadas. A legislação, se fosse cumprida, favoreceria isso, por meio das chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são áreas cuja preservação é obrigatória, localizadas ao longo dos rios, riachos, lagoas e nascentes, assim como nas encostas e topos de morro. Preservadas e recuperadas, essas áreas podem criar uma rede de passagens para a fauna e flora.
A permeabilidade é a possibilidade das espécies atravessarem as áreas utilizadas pelos seres humanos. Nas cidades, a arborização urbana favorece isso. No campo, sistemas agroflorestais (que combinam árvores com plantios agrícolas e pastagens) favorecem a passagem da fauna acostumada a florestas.
Você pode ajudar a evitar a extinção das espécies causada pela fragmentação dos ecossistemas!
- Evite a compra de produtos oriundos de áreas de desmatamento ilegal, preferindo aqueles com certificação.
- Prefira produtos orgânicos e oriundos de produção agroflorestal.
- Compre produtos oriundos do extrativismo sustentável, como a castanha-do-Brasil.
- Apoie a criação e implementação de parques, reservas e terras indígenas.
- Se for proprietário rural, conserve e recupere a "reserva legal" e as APPs.
- Se for morador das cidades, demande arborização com espécies nativas e provedoras de alimento para aves e outros animais.
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